domingo, 29 de junho de 2008

Humor Negro



Para quem desconhece ou não conhece, Conversas no Quintal é um programa de humor da autoria da Televisão Pública de Angola, logicamente com actores de raça negra, provavelmente angolanos e com uma veia para o teatro, que julgo que o sangue percorre todas as outras veias e artérias menos a veia artística.
Deparei-me com este programa após chegar a casa de uma noite de copos e após meia dúzia de vinte zappings parando sempre 10min no Playboy tentando adquirir alguma vontade para dormir. Depois de uns breves segundos a ver o programa, disse para mim mesmo: "Quem me dera estar bêbado!!!" talvez desta forma conseguisse esboçar um ligeiro sorriso ou até mesmo soltar uma bufinha de felicidade e achar alguma piada, coisa que considero praticamente inatingível por quem quer que seja, independentemente do seu estado psicológico.
Antes de mais, o nome do programa é bastante sugestivo e apelativo (para quem o inventou) apesar de todo o programa se passar dentro de casa, ou no estúdio vá.
Este programa conta com um grande elenco (cerca de 30) e conta igualmente com o inqualificável e inigualável Moisés Adão, que dá alguma energia ao programa (é electricista nos tempos livres). Se o verdadeiro Moisés e o verdadeiro Adão fossem vivos, certamente a sua vontade seria mudar de nome.
Os diálogos são monólogos e os monólogos são pensados e não falados, para não falar na lentidão da conversa que uma página de argumento seria suficiente para um programa de 20 minutos.
O auge deste programa e que considero o ponto fulcral são as vozes de fundo a rirem-se, pois sem elas nunca saberia se era uma situação de humor. Para vos dar uma ideia do som, imaginem o barulho de meia dúzia de cinco porcos a serem beliscados nas partes mais íntimas enquanto assistem às Tardes da Júlia, pois, eu sei, agoniante!!! Sugiro ao realizador, que num dos futuros programas que vire a câmara para as vozes de fundo e nessa altura, sim, será um programa de humor.
Numa das cenas, a família de Moisés Adão está a ser ameaçada por um homem armado que se diz seu padrasto e entra o Zorro Angolano de máscara e capa preta, de t-shirt azul, calções de ciclista da volta aos Açores a nado, cor de rosa "choque", sapato de verniz por envernizar e meia branca a pedir a assinatura do elenco, salta para cima da mesa, saca da arma e dispara uma seta de borracha que acerta mesmo na testa do agressor que perde logo aí os sentidos. Não tendo o programa a bolinha vermelha nem eu tinha colocado o meu "Dot" na esperança de ainda ganhar um prémio por ver o programa, considero demasiada e desnecessária violência numa cena só.
Concluíndo, não tenho miopia nem qualquer outro problema de visão, senão nunca teria identificado a máscara e a capa preta no Zorro Angolano. Por fim, 20 minutos de vida que perdi que dificilmente os conseguirei recuperar e jamais a Televisão Pública de Angola mos reembolsará!!!

Enquanto isso, não vou acender uma vela por eles mas sim o petromax porque fiquei sem energia...

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